terça-feira, 17 de novembro de 2015

MEU SILÊNCIO

Tenho falado pouco,

Não porque não tenha muito a dizer,

Muito menos porque não tenha observado tudo o que se passa.

Estou em silêncio, por opção. 

Não sei se por cansaço, sabedoria ou arrogância!

Susana Urbano em 18/11/2015 às 02:05


sábado, 29 de junho de 2013

COM POESIA, ALEGRIA, TRISTEZA E UMA BOA DOSE DE SARCASMO! hehehehe... só Clararice e eu dividimos essas coisas!

Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem coragem. Tenho coragem mas com um pouco de medo. Pessoa feliz é quem aceitou a morte. Quando estou feliz demais, sinto uma angústia amordaçante: assusto-me. Sou tão medrosa. Tenho medo de estar viva porque quem tem vida um dia morre. E o mundo me violenta. Os instintos exigentes, a alma cruel, a crueza dos que não têm pudor, as leis a obedecer, o assassinato — tudo isso me dá vertigem como há pessoas que desmaiam ao ver sangue: o estudante de medicina com o rosto pálido e os lábios brancos diante 
do primeiro cadáver a dissecar.


Assusta-me quando num relance vejo as entranhas do espírito dos outros. 

Ou quando caio sem querer bem fundo dentro de mim e vejo o abismo interminável da eternidade, abismo através do qual me comunico fantasmagórica com Deus.           

Clarice Lispector, in 'Um Sopro de Vida' 


EMBRIAGUEZ ETERNA ! ! !

É necessário estar sempre embriagado. 



Tudo está aí: é a única questão. Para não se sentir o horrível fardo do Tempo que quebranta os vossos ombros e vos curva em direcção à terra, deveis vos embriagar sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiserdes.
Mas embriagai-vos.

Charles Baudelaire, in 'Pequenos Poemas em Prosa'


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

MINHA ALMA

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

DOR

Há uma dor doída, fina, fria, ferida bem no meio do meu peito.

É uma dor contínua, amarga, sofrida que controla e assola minha vida.

Já chorei, me queixei, xinguei, briguei, amarguei, insoniei.

E ela ali, latente, potente, ardente, persistente.

Não é uma dorzinha qualquer, daquelas que todos nós, queiramos ou não, temos um dia.

Esta é onipotente, indulgente, inteligente.

Dor experiente.

Sabe que não há vencerei somente com minha vontade ou intenção.

Só há um remédio que no momento não tenho:

O perdão!
Susana,
Em 14/05/2011

1h 43min

LÁGRIMAS



Sinto-me tão só, tão diferente há tanto tempo que minhas lágrimas parecem não mais fazer sentido quando as justifico por este motivo!

Mas é verdade... Estou só... num mundo de estranhos vorazes, maus, fingidos, gananciosos, cruéis, muito cruéis... Eu nunca fui cruel.... posso nunca ter sido perfeita, nem um poço de virtudes... mas cruel ninguém pode me acusar... Convivi minha vida inteira com pessoas cruéis... me judiaram demais... quebraram meu espírito, me açoitaram, me chicotearam, me difamaram, me odiaram, me maldisseram, e eu, por amor e/ou por medo de voltar e viver com eles de novo, só o que fiz foi tentar os entender, E juro, eu entendi, compreendi, aceitei e vivi... A única pessoa que até hoje não entendi fui eu.... Não entendo minhas lágrimas.... Se sei a verdade não devia sofrer! Sofro por mim por saber? Ou sofro porque no fundo não consegui mudá-los? Devia mudar eu? Como mudar se sou imutável? Como queria não me importar... Como queria apenas aceitar e me irresignar... Não sou o que qualquer doutrina apregoa como certa. Sou uma mistura de todas e nenhuma ao mesmo tempo. Talvez eu nem sequer tenha existido, mas sei que vivi, não uma vida plena de sentidos, mas um sentido pleno de inquietações. Talvez, ao final eu não faça sentido algum, mas existi... e se não existi minhas lágrimas existiram... Isso eu tenho certeza... eu chorei... muitas vezes... e principalmente por existir!


Susana

14/04/2010

SOLIDÃO


Sinto-me só.

Não é uma solidão de ausências e sim uma solidão de semelhanças.

Ocupo-me em não demonstrar este vazio e convenço a platéia de que o espetáculo tem um final feliz.

Recebo alguns sorrisos e aplausos, outras vezes muitas vaias. Porém, gostando ou não a platéia sempre se faz presente.

Mas, no fechamento das cortinas, mesmo com todos ainda lá, vem esta imensa vontade de encontrar os meus, que foram dispersados por aí e que talvez nem sintam minha falta.

Se estiver realmente só, nem minhas lembranças existirão, só serei lembrada por aquilo que nunca fui.

Susana Urbano
21/05/09

"VAZIO"


Não sei o título que posso dar ao que estou escrevendo...
Acho que vai ser  “Vazio...”
Por que Vazio?

Porque no final de tudo há um grande vazio... um grande nada que não tem sentido algum.

Vivemos sempre tentando dar sentido à existência, estudamos, trabalhamos, construímos e destruímos famílias, recomeçamos, sonhamos, sofremos, rimos, choramos, comemos, corremos, cuidamos da beleza, da saúde, descuidamos de nós, da saúde, sentimos culpa, pedimos perdão, pecamos com intenção e sem intenção, acreditamos nos outros, duvidamos, fofocamos, ajudamos, aconselhamos, criticamos, fingimos ser bons, somos bons, não queremos parecer maus, fazemos maldades, ajoelhamos, nos humilhamos e humilhamos, amamos a Deus, dançamos com o Diabo, nos sentimos injustiçados, injustiçamos, julgamos, absolvemos e condenamos, somos julgados, absolvidos e condenados. Cansamos, descansamos, sentimos falta do cansaço, gostamos do descanso. Partimos, chegamos, retornamos, ficamos. Nascemos, crescemos, vivemos fazendo tudo o que achamos que tínhamos que fazer, ou que simplesmente fizemos por não saber o que queríamos fazer ou o que devíamos ter feito.

E ao final resta apenas o Vazio ...

O vazio de saber que tudo o que fizemos foi simplesmente a menor partícula do nada de uma existência não compreendida!

Susana

11/07/09

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MÁRIO QUINTANA by SUSANA URBANO

A DIFERENÇA

A diferença entre um poeta e um louco é que o poetasabe que é louco...
Porque a poesia é uma loucura lúcida.

SIMULTANEIDADE
- Eu amo o mundo!
Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus!
Deus é um absurdo!
Eu vou me matar!
Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.

POEMINHA DO CONTRA
Todos estes que aí estão Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!


DA PAZ INTERIOR
O sossego interior, se queres atingi-lo,
Não deixes coisa alguma incompleta ou adiada.
Não há nada que dê um sono mais tranqüilo Que uma vingança bem executada...

OUTROS PENSAMENTOS MARAVILHOSOS DO MESTRE:

"Quem disse que eu me mudei?
Não importa que a tenham demolido:
A gente continua morando na velha casa em que nasceu."

"Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer."

"Eu estava dormindo e me acordaram.
E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...
E quando eu começava a compreendê-lo um pouco,
Já eram horas de dormir de novo!"

" Cada pessoa pensa como pode..."

" A noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão."

"A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.
Se a meta está alta demais, reduza-a.
Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.
Faça o que for necessário para ser feliz.
Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples,
você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade."

O TEMPO


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana